Possível forma de ativar regeneração hepática em doenças crónicas
Estudo publicado na revista “Nature Cell Biology”
14 novembro 2019

Uma equipa do Instituto Gordon da Universidade de Cambridge descobriu, em ratos, o mecanismo de regeneração hepática, um possível tratamento para doenças crónicas do fígado.
É sabido que o fígado humano tem a capacidade de se regenerar de danos. Contudo, danos crónicos causados por alcoolismo ou doenças virais levam a cirrose e a que o processo de regeneração se corrompa, fazendo com que o órgão perca a sua funcionalidade.
Estima-se que existam cerca de 30.000.000 de pessoas na Europa com doenças hepáticas crónicas para as quais não existe cura, sendo o transplante o único tratamento para a falência do órgão.
Para o estudo, os investigadores utilizaram ratos e organoides de fígado (mini-orgãos gerados em laboratório através de células hepáticas dos animais) e descobriram que a molécula TET1 é produzida em fígados de adultos saudáveis durante os primeiros passos da regeneração.
Este processo mostrou-se igual nos organoides, onde esta molécula tinha um papel fundamental no crescimento do mini-orgão.
A TET1 e moléculas similares são conhecidas por serem essenciais durante o desenvolvimento do embrião, quando as células se dividem e diferenciam para criar os diferentes órgãos.
O fígado é formado maioritariamente por dois tipos de células, os hepatócitos e as células ductais. Depois de danos repetitivos, os hepatócitos deixam de ter a capacidade de se regenerar, mas as células ductais tornam-se capazes de produzir novos hepatócitos e células ductais para repor os tecidos, através de um processo de ativação conhecido por plasticidade.
Os investigadores revelam que a TET1 ativa uma modificação epigenética no ADN das células ductais. Esta modificação ativa os genes para que a célula possa responder a danos e ativar a regeneração quando necessário.
Meritxell Huch, investigadora, explica a importância da descoberta: “Como a alteração epigenética pela TET1 não modifica a sequência genética da célula, mas sim o mecanismo pela qual os genes se expressam, isto representa um alvo que pode ser modificado com fármacos”.
ALERT Life Sciences Computing, S.A.
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