Estudo publicado na revista “Science”

Uma equipa internacional de cientistas, que inclui uma investigadora portuguesa, descobriu que as pessoas em estado vegetativo têm uma ligação cerebral interrompida, uma descoberta que pode “revolucionar” o diagnóstico clínico actual e que é publicada na revista “Science”. O estudo resulta de uma colaboração entre a University College of London, Reino Unido, e a Universidade de Liège, Bélgica.
Em declarações à agência Lusa, a investigadora portuguesa, Marta Garrido, a trabalhar na University College of London, afirma que “os resultados deste estudo poderão complementar e revolucionar o diagnóstico e o prognóstico clínico actual, uma vez que se baseia numa medida biológica objectiva: a interrupção de uma ligação cerebral específica”.
Segundo explicou à Lusa, para a investigação, foram obtidos dados de electroencefalografia (EEG) em pacientes no estado vegetativo, em estado de consciência mínima e em pessoas saudáveis, durante a apresentação de uma sequência de estímulos auditivos. Em resultado desta experiência, concluiu-se que as respostas eléctricas cerebrais dos pacientes são muito reduzidas em comparação com as observadas nas pessoas saudáveis.
“Além disso, recorrendo a modelos matemáticos que procuram descrever a dinâmica cerebral, descobriu-se que pacientes em estado vegetativo apresentam uma interrupção na ligação entre o córtex frontal e o córtex auditivo”, uma ligação que se encontra intacta em pessoas saudáveis e em pacientes num estado de consciência mínima.
A importância de tal descoberta é precisamente a possibilidade de distinguir entre o estado vegetativo e o estado de consciência mínima, o que actualmente “é muito difícil”.
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