Cientistas desvendam mais mistérios do córtex
O cérebro humano não é uma rede de informações fixa, já estabelecida e limitada, mas uma rede dinâmica que se adapta constantemente para atender às procuras de comunicação, cujo córtex tem uma capacidade potencial de tráfego de informações comparável à capacidade de todos os backbones - estruturas centrais - que a Internet possuía no final de 2002, segundo cientistas do Instituto Salk e da Universidade de Cambridge.
O estudo, publicado recentemente na revista «Science», usa a rede mundial de computadores como referência para a capacidade do cérebro humano. Mas os cientistas afirmam que a comparação é, de certa forma, pobre para entender como funciona o cérebro, que seria mais como um «dispositivo híbrido de pouco consumo de energia».
«Esses híbridos oferecem a habilidade dos analógicos para realizar directamente e de modo económico operações aritméticas, como divisões, combinada com a capacidade dos digitais de resistir a ruídos», afirma Terrence Sejnowski, do Instituto Salk.
Ao evoluir durante milhões de anos, segundo Sejnowski, o cérebro tornou-se incrivelmente eficiente e poderoso. A natureza teria optimizado a estrutura e a função das redes corticais com princípios de desenho semelhantes aos usados em redes electrónicas.
«Esta questão era importante para o entendimento de como o cérebro funciona. Há uma quantidade de informação distribuída por regiões distantes do cérebro. De onde vem? Para onde vai? Como é que o cérebro lida com ela? São perguntas que não conseguimos responder até agora. Mas acredito que, ao longo da próxima década, começaremos a desenvolver algumas respostas», diz Sejnowski.
Traduzido e adaptado por:
Paula Pedro Martins
Jornalista
MNI-Médicos Na Internet
