Estudo publicado no “British Medical Journal”

As mulheres com uma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, responsáveis pelo controlo da supressão do cancro da mama e ovários, que são submetidos a radiação com fim diagnóstico antes dos 30 são mais suscetíveis de desenvolverem cancro da mama, sugere um estudo publicado no “British Medical Journal”.
A exposição à radiação é um fator de risco já bem estabelecido para o cancro da mama na população em geral. Estudos anteriores já tinham sugerido que as mulheres com os genes BRCA1 e BRCA2 mutados poderiam ser mais sensíveis à radiação pois estes genes estão envolvidos na reparação de ruturas no ADN, as quais podem ser causadas pela radiação.
Deste modo, o risco das mamografias nas mulheres jovens portadoras destas mutações poderia não compensar o risco de radiação. Alguns países chegaram mesmo a aconselhar as mulheres a evitar as mamografias antes dos 30, mas os resultados dos estudos foram até à data inconsistentes.
Neste novo estudo os investigadores do Netherlands Cancer Institute, na Holanda, contaram com a participação de 1.993 mulheres portadoras de mutações nos genes BRCA1 e BRCA 2, de forma a avaliar se as variações no ADN aumentavam o risco de cancro da mama induzido por radiação.
As participantes foram questionadas sobre a sua exposição ao raio-X ou mamografia, a idade da primeira exposição e o número de exposições antes dos 20, aos 29, entre os 30 e 39 anos, bem como a idade da última exposição.
O estudo apurou que 43% das mulheres tinham sido diagnosticadas com cancro da mama, tendo 48% sido submetidas a raio-X e 33%a mamografia. A média de idade com que as mulheres tinham sido submetidas à primeira mamografia era de 29 anos.
Os investigadores verificaram que a exposição à radiação entre os 20 e os 29 anos aumentou o risco de cancro da mama em 3% e qualquer exposição antes dos 20 anos aumentou o risco de desenvolvimento deste tipo de cancro em 62%. Contudo, não foi observada nenhuma associação entre exposição à radiação entre os 30 e os 39 anos e o desenvolvimento de cancro da mama.
Com base nestes resultados, os autores do estudo aconselham técnicas de imagem não ionizante, como a ressonância magnética, para as mulheres portadoras de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2.
ALERT Life Sciences Computing, S.A.
